quarta-feira, 20 de maio de 2009

JUDAIZANTES MODERNOS

O problema dos judaizantes vem sendo enfrentado desde os primórdios da igreja cristã. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas (c. 49 DC) para, entre outros, tratar também acerca deste assunto, pois aqueles irmãos da Galácia estavam passando por uma situação semelhante a da igreja de hoje.

Quando Paulo escreveu aos Gálatas, Os judeus estavam presentes em todo o Império Romano, principalmente nas cidades mais importantes. Muitos deles se converteram ao cristianismo e, dentre os convertidos, havia aqueles que queriam impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. Estas pessoas passaram a ser conhecidas como os "judaizantes". Assim como os fariseus e os saduceus perseguiram Jesus durante o período mencionado pelos evangelhos, os judaizantes pareciam estar sempre acompanhando os passos de Paulo a fim de influenciar as igrejas por ele estabelecidas. Essa questão entre judaísmo e cristianismo percorre o Novo Testamento e ainda encontra espaço na igreja atual.

Os judaizantes chegavam às igrejas com o Velho Testamento "nas mãos". Isso se apresentava como um grande impacto para os cristãos. O próprio Paulo ensinava a valorização das Sagradas Escrituras. Como responder a um judeu que mostrava no Velho Testamento a obrigatoriedade da circuncisão e da obediência à lei? Além disso, apresentavam Abraão como o modelo para os servos de Deus.

Os judaizantes ensinavam que a salvação dependia também da lei, principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, a pessoa precisava antes ser judeu (não por descendência, mas por religião). Foi para combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos Gálatas e mostrou àqueles irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da graça (Gl 5.1-10).

Na verdade, de acordo com Champlin [1], os judaizantes eram pessoas simples, sem um claro entendimento espiritual, que tentavam fazer a Igreja Cristã voltar à posição de uma simples sinagoga. Eles aceitavam as reivindicações messiânicas de Jesus, mas não entendiam que a doutrina paulina da salvação pela graça, mediante a fé, havia anulado a lei como método de obtenção da salvação.

Algo parecido tem acontecido na Igreja brasileira nos dias atuais. Os judaizantes modernos ensinam que os crentes devem guardar as festas judaicas, ler a Torah nos cultos, etc. É muito comum ver alguns cristãos usando kipás (bonézinho usado pelos judeus), buscando ligações genealógicas com o povo israelita para que possam obter nacionalidade judia, entre outras coisas. Até mesmo nos cultos de algumas igrejas, músicas e danças judaicas foram inseridas.

Em nome do amor a Israel a bandeira da nação é colocada na igreja, o shofar é tocado e promovem-se as festas com a promessa de uma nova unção sobre a vida de quem participa de tais celebrações. Há igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar terra santa.

Já existem denominações no Brasil onde os assentos foram retirados dos templos e os crentes ficam de joelhos em posição semelhante à usada pelos judeus nas sinagogas. Algumas declaram a guarda do Sábado, ensinando que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de Cristo.

Nesta questão, outra vez, o ensino bíblico foi deixado de lado. O concílio apostólico de Jerusalém, cuja menção histórica se acha no décimo quinto capítulo do livro de Atos dos Apóstolos, decidiu que os costumes judaicos, incluindo a circuncisão e a guarda do Sábado, não eram obrigatórios para os cristãos, quer judeus, quer gentios, por não fazerem parte da dispensação do evangelho.

[1] CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos. 2002. p. 619.

2 comentários:

  1. Parabens Pr. Douglas, estamos aqui em Paragominas/PA, porem sabendo que o Sr. em sua regiao bem distante se preocupa com as ameacas a verdadeira fe Crista. DEUS continue lhe usando assim. (Ev. Kleber Ferreira).

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  2. Eu preciso saber quem seriam os judaizantes de hoje em dia?

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