quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TEOLOGIA PASTORAL


1. INTRODUÇÃO - http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_pastoral
A Teologia pastoral é a parte da Teologia cristã que cuida da aplicação prática dos ensinamentos teológicos à ação pastoral da Igreja (quer ela seja católica ou protestante ou de outras confissões cristãs) e à vida quotidiana de cada crente, principalmente à formação dos fiéis (leigos ou clérigos) enquanto filhos de Deus e membros da Igreja, conduzindo-os no reto caminho da Palavra de Deus e da salvação, através dos ensinamentos emanados pela Igreja.

2. OS OFICIAIS DA IGREJA - Eliezer Lira e Caramuru Afonso Francisco (Lição EBD - 4o trimestre de 2001)
Jesus, ao subir aos céus, deixou a Igreja aos cuidados de Seus apóstolos (enviados), que se dedicaram ao ministério da palavra e da oração - Jo.20:21-23; At.2:42,43; 4:33,34; 6:2,4.

Com o crescimento da igreja, os apóstolos começaram a estabelecer oficiais na igreja, com o propósito de atender às necessidades espirituais (presbíteros, anciãos, bispos) e materiais (diáconos) em meio ao povo de Deus - At. 6:1-4; 14:23; 15:6,22; 16:4; 20:17,28; Tt.1:5.


As palavras "bispo" ("episkopos"- supervisor, superintendente), "presbítero" ("presbyteros" - mais idoso), "ancião" e "pastor", no Novo Testamento, são sinônimos, porquanto não havia, ainda, qualquer noção de hierarquia, salvo a distinção diferenciada que os apóstolos gozavam por terem sido testemunhas oculares do ministério de Jesus (cfe. At.1:22,23) . Daí porque ter havido certa resistência ao apostolado de Paulo (cfe. Gl.1).

OBS: "No Novo Testamento não há qualquer traço de governo realizado por um único bispo.(...) Entre os Pais Apostólicos, Inácio é o único que insiste sobre um episcopado monárquico, mas mesmo ele nunca afirma que isso fosse de divina instituição - um argumento que teria sido decisivo se houvesse em disponibilidade para ele usar. Jerônimo, comentando sobre Tt.1:5, observa que a supremacia de um único bispo surgiu mais por costume do que pela ordenação real do Senhor, como meio de impedir cismas na Igreja...." (Novo Dicionário da Bíblia, edição em um único volume, verbete "Bispo", p.220).


Pedro se dirige aos obreiros em geral, portanto, colocando-se como um deles, de forma que também aqui não se verifica uma suposta primazia de Pedro sobre a igreja, que é a fonte da doutrina do papado defendida pela Igreja Romana, que se considera, erroneamente, a legítima sucessora da igreja apostólica (Cfe. Código de Direito Canônico da Igreja Católica):

"can. 204, § 2º. Essa Igreja, constituída e organizada neste mundo como sociedade, subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele." ou "... Para estabelecer a Sua santa Igreja em todo mundo até a consumação dos séculos, Cristo outorgou ao Colégio dos Doze o ofício de ensinar, reger e santificar. Dentre eles, escolheu a Pedro, sobre quem, após a profissão de fé, decidiu edificar a Sua Igreja... Jesus Cristo quer que seu povo cresça sobre a ação do Espírito Santo(...) mediante um governo amoroso, realizado pelos Apóstolos e seus sucessores - os Bispos - e o sucessor de Pedro como chefe...."- Decreto Unitatis Redintegratio, nº 2).

A admoestação de Pedro também nos mostra que a igreja sempre teve uma liderança, ou seja, a igreja apostólica é uma igreja em que alguns são chamados pelo Senhor para presidir, para supervisionar. É dom de Deus para a Sua igreja - Rm. 12:8; I Tm.4:14; Tt. 1:5 (o caráter antibíblico dos ensinos do G-12 que procuram solapar a idéia de uma liderança na igreja)
OBS: Desde a época da lei, o Senhor tem demonstrado a necessidade de o Seu povo ser conduzido por líderes, ainda que esta liderança não mais se interponha como mediadora entre Deus e os homens, como acontecia com o sacerdócio levítico. Aliás, este texto judaico a seguir demonstra que, mesmo entre os judeus, este conceito não mais estava prevalecendo ao tempo de Jesus. Senão vejamos:


"...Uma das mudanças religiosas mais profundas efetuadas pela sinagoga quase imediatamente após o seu estabelecimento há vinte e cinco séculos atrás foi levar direta e facilmente o indivíduo a comunhão com Deus. Enquanto antes ele tinha podido cultuar a Deidade somente através da mediação dos sacerdotes e por meio de sacrifícios de animais que pudesse trazer ao altar do Templo, agora, na Casa de Orações, o fiel podia comungar com seu Deus simples e livremente, sem os impedimentos de ritos crassamente materialísticos(...) É compreensível que, sob o impacto poderoso dessa 'libertação' do primitivismo religioso, a casta sacerdotal tenha começado a sofrer um declínio na religião judaica, sendo suplantada antes da destruição do Segundo Templo, por uma grande classe de mestres rabínicos..." (Enciclopédia Judaica, v.6, p.803).
E quem eram estes rabinos, estes anciãos que lideravam as sinagogas (de onde viria a expressão "ancião" ou "presbítero" na igreja primitiva?) Responde o mesmo texto judaico que utilizamos:

"...o rabino era simplesmente um líder religioso tido como espiritualmente e intelectualmente privilegiado: um mestre dedicado e um guia de Torah para seus irmãos judeus(...) o rabino, ao contrário do sacerdote católico, não era, na maior parte do tempo, um agente mediador entre os desejos do homem e os favores de Deus.." (ibidem, p.701-2).

Portanto, nenhum mau exercício de liderança, nenhum método de evangelização, muito menos desvios doutrinários podem anular a verdade bíblica de que, na Sua Igreja, o Senhor constituiu líderes, e de que há um governo do povo de Deus, como se vê em Rm. 12:8, I Tm.5:17, I Co.12:28, entre outros textos.

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