terça-feira, 16 de outubro de 2012

A BANALIZAÇÃO E O DESVIRTUAMENTO DA MÚSICA GOSPEL


        1. O termo "Música Gospel" abrange um campo da música muito vasto. Seus estilos, embora com nomes variados, possuem todos uma mesma essência e raiz, ou seja, a música cristã negra nos Estados Unidos da América.
2. A palavra gospel significa "evangelho" ou "evangélico". Contudo, quando se refere a estilos musicais, um rock, um funk, um samba, um pagode, um "pop contemporânemo", um metal, etc, são estilos distintos e não são o gênero original cunhado como música gospel.
3. Entretanto, no Brasil, o termo Gospel passou a remeter genericamente a toda expressão musical da evangélica, saindo fora, do conceito original. Basta ter algum conteúdo cristão na letra e a música é reconhecida e vendida como gospel. Não importa se a mensagem é herética, desvirtuada, sensual ou de apologia mundana. Importa vender.
4. Isto evidentemente é alimentado pela gigantesca indústria multi-bilionária de gravação musical. Nas últimas décadas surgiram um incontável número de gravadoras gospel. Desde as mais sofisticadas e famosas até aquelas caseiras e quase artesanais e igualmente lucrativas.
5. As estatísticas mostram a música gospel lucrando milhões de reais. Serve para enriquecer as gravadores e seus respectivos cantores. Ajuda também a enriquecer líderes sem escrúpulos que fazem uso deste filão musical para angariar fundos para si, promover seus projetos eclesiásticos e ministeriais. O temor a Deus e a sua palavra inexistem.
6. No afã de aumentar suas rendas e lucrar cada vez mais, a música gospel e seus promotores se renderam as estratégias típicas do mundo. Variados tipos deshows gospelsão organizados para arrebatar e entreter os incautos, os neófitos e os de capenga . Em alguns arraiais tidos como evangélicos, inclusive, tornou-se prática comum a cobrança de ingresso para a entrada em tais shows. Em outros lugares, até o sensualismo, danças, coreogafias, aplausos, assovios, histerismos e outros comportamentos condenáveis são imitados e repetidos tal qual sucede no mundo.
7. A imitação da conduta mundana não justifica os propósitos (por mais nobres que pareçam ser) e fere os preceitos bíblicos claramente expostos pelo Apóstolo dos gentios: Não tomeis a forma deste mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus(Rm 12.2).Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância(1Pe 1.14)
8. Existe uma questão no coração de crentes sinceros e que exige reflexão igualmente sincera: A quem estamos imitando e qual é a finalidade dos shows gospel cujos ingressos são cobrados? Não importa se o ingresso esteja disfarçado como contribuição para participar de algum sorteio ou para ajudar supostos necessitados com alimentos não perecíveis. Os fins não justificam os meios. Fomos libertos do mundo e por isso não somos reféns de suas práticas reprováveis.
9. A igreja não deve e nem pode imitar o mundo. Quem assim o faz, anula a cruz de Cristo e se torna refém do engano e do pecado. A esta lamentável conduta de alguns segmentos ditos evangélicos, cabe uma única e sincera resposta: o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da (1Tm 6.10).
10. Sou consciente que este artigo vai atingir em cheio muita gente que pratica, concorda e apoia esta estratégia e conduta mundana. Sei que um grupo razoável de pessoas irá discordar da verdade que aqui está claramente exposta. É possível até que alguns saiam em defesa do erro e fiquem contra a verdade.
11. Que posso fazer? Ser politicamente correto e me calar? Assistir passivamente o Evangelho de Cristo ser causa de ganho? Observar multidões serem ludibriadas com palavras fingidas e falsa espiritualidade? Graças a Deus que de antemão nos advertiu pela Escritura: Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita(2Pe 2.3).
12. Lamento profundamente pela vida daqueles que por rebeldia e insubmissão se recusam a enxergar a verdade. Quem está na carne não consegue discernir as coisas do Espírito, pois elas lhe parecem loucura (1Co 2.14). O ego, a soberba, o ser sábio aos próprios olhos e a vaidade servem de impedimento para se converterem de seus maus caminhos. Rogo a Deus que levante mais atalaias para bradar contra o perigo iminente:
Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça! (Isaías 5:20-23)

Se nada for feito e se ninguém bradar, a partir do desvirtuamento da música gospel desenvolveremos outros gêneros de pecados gospel

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